Desenhista curitibana concorre ao “Oscar” dos quadrinhos

O que surgiu como algo despretensioso, no Natal de 2005, agora está concorrendo ao Troféu HQMIX, considerado como o “Oscar” dos quadrinhos brasileiros. É a personagem Amely, da jovem desenhista curitibana Pryscila Vieira, cujos trabalhos vêm chamando a atenção de autores respeitáveis, como o mineiro Ziraldo. Essa é a primeira vez que Vieira concorre ao prêmio, cujo resultado será divulgado no dia 7 de agosto, no Sesc Pompeia, em São Paulo.

A autora conta que não esperava que sua personagem, uma boneca inflável neofeminista que bate de frente com o machismo vigente na atual sociedade, pudesse fazer tanto sucesso. Ela conta mais como surgiu sua criação. “A Amely, ao contrário do que muita gente pensa, não é o meu alter-ego. Confesso que ela tem um pouco de mim, já que ela surgiu após uma desilusão amorosa, mas não é 100% da Pryscila Vieira.

Criei como uma brincadeira e joguei algumas tiras no meu blog na internet. Pouco tempo depois, começou a surgir diversos convites de todos os lugares, inclusive fora do país, pedindo para que ele fosse reproduzido”, comemora. Vieira também informa que, devido ao sucesso obtido com a Amely, ela inscreveu sua criação no Salão do Humor no Rio de Janeiro, em um concurso para novos talentos de um jornal de São Paulo e no Salão Internacional de Foz do Iguaçu.

“A Amely também fez sucesso nessas duas exposições, que são uma das principais do país. No Rio de Janeiro, ela ficou entre as 10 melhores e em São Paulo e Foz do Iguaçu, entre as três, melhor posição de uma mulher em um concurso de humor gráfico. Fiquei feliz porque os comentários foram bem positivos”, conta.

O interesse da artista pelos desenhos vem desde cedo. Segundo ela, aos 14 anos já era chargista em um jornal de Curitiba. “Sempre costumo dizer que brinquei pouco quando era criança. Minha diversão era e é desenhar. Fiz disso minha profissão, já trabalhei em diversos lugares e, inclusive, ilustrei vinhetas animadas para a Rede Globo”, revela.

A desenhista curitibana Pryscila Vieira é a criadora de Amely.

Vieira revela que ficou muito surpresa com a indicação e que não imaginava que sua criação pudesse ir tão longe. “Soube dessa indicação por um acaso, pelo Orkut (site de relacionamentos muito popular no Brasil). Entrei no site do prêmio e vi minha indicação. Foi uma alegria muito grande e só o fato de estar ao lado de artistas do quilate do Angeli, Laerte, Fernando González e Allan Sieber, já posso me considerar uma vencedora.”

A artista revela que são diversas as maneiras de criar as histórias veiculadas nas tirinhas. Algumas de suas inspirações vem do próprio público, que manda e-mail para ela e acaba comentando algo. “Tenho bastante interatividade com meu público e sempre acabo encontrando um relato legal que pode ser utilizada na minha personagem. Também tem histórias que foram concebidas por casos em que ouvi falar e aquelas que eu invento”, explica.

Apesar de ser uma personagem voltada ao universo feminino, muitos dos fãs da Amely são do sexo masculino. Vieira diz que a maioria deles se divertem com as desventuras da boneca inflável. “Eles sempre entram em contato comigo que para falar sobre a Amely. Às vezes o pessoal fala que peguei pesado em algum assunto, mas geralmente é mais para elogiar o humor empregado nas histórias da Amely”, garante.

Quem quiser conhecer mais o trabalho de Pryscila Vieira, o site é www.pryscila.com.br e também publica suas tiras nos sites papodehomem.com.br, jacarebanguela.com.br e bobagento.com., além do jornal paulistano Publimetro. Até o dia 12 de julho, ela estará expondo sua criação no Centro de Criatividade de Curitiba, no Parque São Lourenço.