Operação Bituca

Ex-deputado chefiava rede de contrabandistas

A Operação Bituca, deflagrada ontem pela Polícia Federal (PF) em Guaíra, desarticulou uma organização criminosa do noroeste do Paraná envolvida com contrabando e descaminho de cigarros do Paraguai. Doze pessoas foram presas e seis estão foragidas.

As investigações, iniciadas em abril, apontaram o ex-deputado estadual Nilton César Servo como chefe da quadrilha. O ex-parlamentar foi preso ontem, em Uberlândia (MG), quando vinha de Brasília para Nova Esperança (PR).

Três filhos dele também foram detidos: Emanuel Servo, José Servo e Nilton César Servo Segundo. Dois foram presos em Curitiba e um no interior. A esposa do ex-deputado, que não teve o nome revelado pela PF, está foragida. A cunhada de Nilton, Maria Dalva Cristina Martins, também foi presa na região de Guaíra.

Os mandados de prisão temporária (por cinco dias) foram expedidos pela Comarca de Umuarama. A operação cumpriu 12 dos 18 mandados solicitados, também em Cascavel, Alto Piquiri e Cruzeiro do Oeste, e Naviraí (MS).

O delegado Raymundo Francisco Miranda Castanon Andrade, da PF em Guaíra, informou que as prisões ocorreram para não atrapalhar as investigações. “Ainda estudamos o caso para saber se estenderemos o pedido para prisões preventivas”, declarou. O ex-deputado deve ficar detido em Guaíra.

A operação foi desencadeada pela apreensão de um caminhão e uma carreta, com 1.488 caixas de cigarros estrangeiros sem documentação de importação, no dia 6 de abril. Após autorização judicial, foram realizadas mais duas apreensões: 650 caixas de cigarros numa carreta Volvo e 460 caixas num Ford cargo.

A Polícia Federal ainda calcula os valores movimentados pela quadrilha. Mas como cada caixa de cigarro custa em torno de R$ 200, a estimativa é que as 2.598 caixas apreendidas renderiam R$ 519,6 mil. Além dos cigarros, a polícia apreendeu duas carretas, dois caminhões-baú e um veículo de passeio.

O cerco começou a fechar na semana passada e, anteontem, a Justiça acatou os pedidos de prisão e mandados de busca e apreensão, que resultaram na Operação Bituca.

Reincidente

Essa é segunda vez que o ex-parlamentar é preso. A primeira em 2007, em Campo Grande (MS), na Operação Xeque-Mate, por envolvimento com jogos clandestinos e máquinas caça-níqueis. Nilton foi deputado estadual no Paraná de 1991 a 1995.

Candidatou-se a prefeito de Maringá em 1996, mas não foi eleito. Em 1998, candidatou-se a senador, sem êxito. Em 2002, disputou eleição para deputado estadual, porém os 12 mil votos não foram suficientes para garantir a vaga. Depois disso, Nilton foi candidato a prefeito na cidade de Sorriso (MT), onde também não saiu vitorioso.