Paulo Bernardo defende aliança no Paraná

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o anúncio da candidatura dele pelo PT ao governo do Estado nas eleições de 2010 não é uma forma de pressionar o senador Osmar Dias (PDT) a decidir logo em que lado vai ficar.

“Não queremos pressionar o Osmar. Queremos aqui uma aliança para o governo do Estado do Paraná. Nós reafirmamos o interesse em sairmos juntos com o PDT e o PMBD. O PDT tem candidato; o PMDB tem o Pessuti (vice-governador Orlando Pessuti). Por que o PT não pode? Pode ser que nada disso dê certo. Mas a estratégia é formar uma aliança”, comentou. O ministro proferiu palestra ontem do IX Encontro das Empresas Conveniadas da Universidade Positivo, em Curitiba.

Bernardo avaliou o resultado dele na última pesquisa Datafolha, que mostrou o candidato do PT com 3% das intenções de voto em uma simulação com os possíveis candidatos Alvaro Dias (PSDB), Osmar Dias, Rubens Bueno (PPS) e Orlando Pessuti.

Em outro cenário da pesquisa, colocando Beto Richa (PSDB) como candidato, Bernardo alcançou 4% dos votos. “Achei muito bom. É um resultado normal. Fiquei até surpreso positivamente. Mas também é bom lembrar que nós vamos ter eleição no ano que vem. Salvo os políticos e a mídia, ninguém está falando disso”, afirmou.

O ministro tem uma missão nos próximos dias em relação à queda das verbas repassadas pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM), alvo de protesto de prefeituras em todo o País. No Paraná, nesta semana, 320 prefeituras fecharam as portas.

Bernardo e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, vão levar um relatório sobre a situação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois conversaram com muitos prefeitos de municípios paranaenses.

“Os valores de janeiro e fevereiro deste ano são muito parecidos com os do ano passado. A partir de outubro houve um aumento e a parcela de dezembro foi um valor muito mais alto que o normal. Houve um crescimento real de 14% em 2008. Muitas prefeituras colocaram essa previsão nos orçamentos, antes da crise. E houve essa expectativa frustrada”, disse o ministro.

De acordo com o ministro do Planejamento, a arrecadação federal – que influencia nos repasses do FPM – não será a mesma de 2008. Paulo Bernardo contou que o assunto será discutido com o presidente Lula.

“Mesmo que ache uma saída, não será suficiente para resolver o problema da queda na arrecadação. Mas ajustes terão de ser feitos. Todo mundo terá que fazer”, esclareceu Bernardo, informando que o grande impacto negativo na arrecadação foi o Imposto de Renda, especialmente o de Pessoa Jurídica.

Sobre a previsão de especialistas para crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil em 2009, Bernardo rechaçou essa possibilidade. “Acho essa visão muito pessimista. Falei com o Meirelles (Henrique Meirelles, presidente do Banco Central) e ele disse que pode cravar 2%. Pode ser um pouco menos ou um pouco mais. Mas vai girar em torno disso. Crescimento zero é absolutamente fora da cogitação”, assegurou.

O ministro lembrou que o crédito está se restabelecendo aos patamares antes da crise mundial, que a taxa de emprego está revertendo e que os investimentos estrangeiros continuam chegando ao País.