Caminho aberto

Osmar ainda não sabe se será o líder de Lula

O senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que ainda não foi procurado pelos interlocutores do presidente Lula (PT) para assumir a liderança do governo no Congresso Nacional, em substituição à senadora Roseana Sarney (PMDB) que tomou posse ontem, 17, no governo do Maranhão.

Roseana assumiu o lugar do ex-governador Jackson Lago (PDT), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Há dois meses, Osmar foi sondado para ocupar o lugar de Roseana durante conversa com os senadores Aloisio Mercadante (PT-SP) e Ideli Salvatti (PT-SC), líder do PT.

O convite a Osmar foi considerado um movimento contundente do presidente Lula para atrair o pedetista para uma composição com o PT no Paraná e liderar um palanque para a possível candidata do PT à presidência da República, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Até agora, o pedetista tem sido reticente em relação às investidas do PT, aparentando confiança de que ainda espera ser candidato ao governo com o apoio do PSDB.

Osmar afirmou que, desde a primeira sondagem, não houve novos contatos dos interlocutores de Lula ou do próprio presidente para saber da sua disposição. “Ninguém mais falou comigo sobre isso. A Roseana foi empossada e nós temos que esperar para saber o desdobramento disso”, declarou o senador.

Ele disse que sequer manifestou seu apoio a Lago no Senado para não criar a impressão de que estava se posicionando afirmativa ou negativamente em relação à sondagem dos petistas para ficar com o lugar de Roseana.

Osmar pediu ao senador Cristovam Buarque para se solidarizar com o pedetista durante o julgamento do seu pedido de cassação feita pela senadora Roseana Sarney, que acusou Lago de abuso de poder econômico na campanha eleitoral.

A multa

O convite de Lula não é entendido por Osmar como um chamado eleitoral. E segundo o senador, se o assunto voltar à tona, não será respondido com esse viés. O senador pedetista insiste que assumir a liderança do governo no Congresso não pode ser visto como um ato de aceitação de uma aliança eleitoral no Paraná.

“Para mim, o que interessa é saber o que o Paraná pode ganhar se eu assumir essa posição. O importante é saber o resultado que pode gerar isso para o estado que represento”, disse.

Uma das condições que o senador gostaria de colocar em negociação seria o perdão das multas que estão sendo aplicadas ao estado do Paraná devido ao não pagamento dos títulos podres adquiridos pelo extinto Banestado ao banco Itaú, que comprou a instituição paranaense em 2000.

O cargo de líder do governo no Congresso daria ao pedetista o arsenal político necessário para tentar destravar a negociação. Até hoje, o senador Antonio Carlos Junior (DEM) ainda não apresentou o relatório sobre o projeto de resolução de Osmar que prevê o fim das multas.