Polêmica

Rossoni não quer saber de Osmar como líder de Lula

“Se amanhã, eu assumisse a liderança do governo Requião na Assembleia, você acha que eu seria aceito pelo nosso grupo?” A pergunta é do presidente estadual do PSDB, deputado estadual Valdir Rossoni, ao ser indagado sobre a avaliação que os tucanos fazem dos desdobramentos eleitorais para 2010 de uma possível confirmação do senador Osmar Dias para o cargo de líder do governo Lula (PT) no Congresso Nacional.

Rossoni disse que a questão resume sua opinião sobre a sondagem feita junto ao senador Osmar Dias (PDT) para que assuma o cargo, que ficou vago na semana passada, quando a senadora Roseana Sarney (PMDB) tomou posse no governo do Maranhão.

Roseana substituiu o ex-governador Jackson Lago (PDT), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2006. “Não quero ir além dessa frase”, afirmou o dirigente tucano.

A ida de Osmar para a liderança do governo é tida pelas forças políticas locais como uma tomada de posição do senador nas articulações para as alianças eleitorais da disputa ao governo no próximo ano.

A avaliação é que, aceitando o cargo, o senador pedetista romperia os vínculos com o PSDB e daria um sinal claro de que será o candidato do presidente Lula no Paraná, que está empenhado em montar palanques para a provável candidata à sua sucessão, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Nada mudou

Osmar não quis comentar a declaração de Rossoni. “Como ele não fez a pergunta a mim, prefiro trabalhar com o que ele me disse no final de semana. Ele afirmou que está empenhado em manter o grupo unido”, reagiu o senador. Ele acrescentou que, há dois meses, não houve mais contato com os emissários do governo que o sondaram para a função.

No final de semana, o jornal Correio Brasiliense publicou matéria informando que o presidente Lula está entre dois nomes para a liderança do governo no Congresso. Um deles é o do senador paranaense. O outro é o da senadora catarinense, Ideli Salvatti, que já ocupa a liderança do PT no Senado.

Osmar disse que tem considerado “curiosas” as cobranças feitas por algumas lideranças petistas para que responda logo se aceita ou não ser o novo líder do governo no Congresso.

“Eu não entendo essas coisas. O André Vargas (deputado federal do PT) deu uma entrevista dizendo que eu tenho que dar logo uma resposta. Mas como é que eu vou responder antes de ser convidado. Não tem o menor cabimento. Eu tenho dito e repito que fui apenas sondado. Nada mais que isso. Além disso, o que eu tenho dito é que o convite tem que partir do presidente Lula. E nesse caso, se vier o convite, a resposta teria que ser dada a ele”, comentou.

O senador pedetista lembrou que não há pressa na definição do substituto de Roseana. Osmar observou que a Câmara e o Senado se reunirão apenas para debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010. E que o projeto somente deve ser enviado ao Congresso pelo governo em meados de junho. O líder do governo no Congresso é o encarregado de coordenar as discussões orçamentárias.