Sucessão

Beto Richa diz que acordo com o PMDB é possível

Mesmo com a oposição da principal liderança do PMDB, o governador Roberto Requião, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), vê as portas abertas para uma negociação com os peemedebistas visando à uma composição para a sucessão estadual do próximo ano no Paraná. Em entrevista a O Estado, Beto disse que tem sentido a proximidade das bases do PMDB ao PSDB.

De dez prefeitos que o visitaram durante esta semana, o tucano afirmou que quatro eram do PMDB. E que estes, assim como outros com os quais têm conversado, manifestam-se favoráveis à discussão de uma aliança entre os dois partidos e também a simpatia por uma eventual candidatura tucana ao governo.

Com a ressalva de que o PSDB respeita a pré-candidatura do vice-governador Orlando Pessuti ao governo, Beto afirmou que a afinidade entre os dois partidos é natural já que têm a mesma origem.

As articulações da direção nacional do PSDB para atrair o apoio do PMDB à candidatura presidencial do partido são uma prova de que, apesar das peculiaridades locais, o acordo pode ser costurado também no plano estadual, afirmou Beto.

Ele estaria disposto a esquecer os mais recentes conflitos, que se acirraram após a direção estadual do PSDB identificar no governador e no seu partido um foco de disseminação de denúncias de irregularidades na campanha de Beto à reeleição no ano passado.

“Todo mundo conhece o meu perfil. Sou conciliador e agregador. Não vejo dificuldades para conversar”, afirmou o prefeito tucano. Ele reforçou que os sinais emitidos pelas bases peemedebistas, e também por deputados estaduais, deixam muitas brechas para um entendimento.

Da mesma forma que não vê a possibilidade de rachas internos no partido, quando chegar a hora de definir o nome do candidato tucano ao governo. “Vai ser de uma forma consensual. Duvido que haja disputa em convenção. A vontade da maioria será aceita”, disse o prefeito, que garante já ter conversado com o senador Álvaro Dias muitas vezes sobre esse assunto e que não há divergências entre os dois, quanto a prevalecer a preferência da maioria do partido. Ainda que as pesquisas de intenções de votos sejam usadas como indicadores, afirmou.

Na mesma

Sobre sua conversa com o senador Osmar Dias (PDT), anteontem, em Brasília, Beto disse que foi mais um encontro rotineiro e que, ao contrário do que foi ventilado, não os aproximou ou distanciou.

“Toda a vez que vou a Brasília converso com o senador Osmar. Nada mudou. Foi uma visita de cortesia e, novamente, disse que o PSDB não irá definir nada antes de 2010”, afirmou o prefeito.

Beto também conversou com o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra. Disse que há “simpatia” da direção nacional para a hipótese de concorrer ao governo. “Mas eu tenho agido com cautela. E é cedo para avaliar isso”, comentou.